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Cão da Serra da Estrela

Preservar cores raras

Se olharmos para as muitas fotografias antigas existentes de Cães da Serra da Estrela, tiradas ao longo de todo o século XX, notamos, entre outras coisas, uma grande diversidade de cores: as marcas brancas eram  muito comuns, bem  como as pelagens tigradas. Há cerca de 50 anos, passeando pela Serra, verificava-se que os cães raiados eram muito mais numerosos que os fulvos – o que se devia ao facto de, por questões de funcionalidade, muitos pastores preferirem essa cor quando os seus rebanhos incluíam ovelhas ou cabras escuras, servindo a cor do cão para o camuflar no meio do rebanho e desorientar o lobo. Outros pastores, pelo contrário, preferiam cães de cor clara para que o gado mais facilmente se apercebesse da presença do lobo, mais escuro.

 

A preferência por Serras raiados ainda hoje é comum a alguns pastores que têm exemplares de pêlo curto a guardar os seus rebanhos.

No entanto, o gosto do “consumidor”, nas últimas décadas, pelos Serras fulvos orientou a selecção da maioria dos criadores - que, caso fizessem ninhadas de cachorros tigrados, teriam sérias dificuldades em conseguir vendê-los, o que acarretaria graves prejuízos e poderia, até, comprometer a continuidade do seu trabalho  de criação. Por isso, na cada vez mais popular variedade de pêlo comprido, quase se deixou de criar cães de padrão trigrado – e existem várias tonalidades, comuns na variedade de pêlo curto, que são raras na de pêlo comprido. Ou seja, um património que se encontra ameaçado.

 

 

Se se perder esse património, poderá estar em causa o desaparecimento de muito mais que apenas a cor: outras características, relativas a robustez, saúde e carácter,  por  exemplo, poderão estar  associadas  aos mesmos genes (ou dependentes de outros genes existentes nos mesmos cromossomas) que ditam essas cores, e também elas correrão o risco de estar condenadas.

 

 

No meu programa de preservação da raça, um dos pontos importantes é a recuperação desse património em perigo. Quero contribuir, também dessa forma, para que a variedade de pêlo comprido volte a ser utilizada, em muito maior escala, como cão de protecção de rebanhos – e a cor poderá ter um papel importante a desempenhar nisso.

 

 

Ajude-me a recuperar esse património importante: ao escolher adquirir um cachorro da Ponta da Pinta de cor raiada, está a contribuir para garantir a preservação, no presente e no futuro, destas cores que fizeram a raça ao longo do seu passado.

 

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